A importância da articulação do punho para o Handstand

O tema central deste texto será a importância do punho para uma boa performance no Handstand (parada de mãos). Essas informações também servem para aqueles que não praticam a calistenia de forma específica, mas buscam reforçar, alongar ou prevenir possíveis lesões no punho.

Como dito anteriormente nos artigos INTRODUÇÃO AO HANDSTAND PARTE 1INTRODUÇÃO AO HANDSTAND PARTE 2, todas as articulações desempenham um papel quando falamos do exercício do Handstand, porém um ponto a ressaltar é que o punho não nasceu para sustentar todo o seu peso, é preciso prepará-lo para isso.

E como preparar o punho da forma correta? Essa é a pergunta que vamos responder ao longo deste texto. Mas, para conduzi-lo ao aprendizado, analisaremos a articulação de forma anatômica e cinesiológica com o intuito de encontrarmos as soluções para prepará-la da forma correta para o treinamento de parada de mãos ou outros exercícios que você utiliza no seu treinamento.

O punho tem como movimentos principais a flexão, extensão, pronação, supinação, abdução e adução.

Vamos nos ater principalmente aos movimentos de flexão e extensão e aos músculos e estruturas ósseas que estão envolvidos nesse conjunto de movimentos. Importante ressaltar que não será uma análise profunda, mas sim um apanhado geral do que é fundamental entendermos nesse primeiro momento. Vamos aos principais músculos responsáveis pela extensão e flexão de punho:


Extensores do Punho:


– Extensor radial curto do carpo
– Extensor radial longo do carpo
– Extensor ulnar do carpo
– Abdutor longo do polegar

Flexores do Punho:

– Flexor radial do carpo
– Palmar longo
– Flexor ulnar do carpo


 O primeiro ponto que chama a atenção é a diferença de volume de massa muscular entre os flexores e extensores. Naturalmente, os músculos flexores são mais fortes que os extensores, considerando que, nos movimentos diários, utilizamos muito mais os músculos flexores. Portanto, partimos de um cenário de desequilíbrio de forças, o que deve ser corrigido.

A partir dessas informações sobre a articulação, deve-se seguir a seguinte lógica: durante a parada de mãos precisamos obter cerca de 90º de extensão do punho e, além disso, gerar compressão manual contra o solo (a mão tem um papel de enorme importância para o handstand, o que será abordado em um novo texto).

O que ocorre muitas vezes é que gerar extensão em cima de um punho pouco móvel e/ou fraco pode gerar dor e lesão nesta articulação. Um ponto muito comum de desconforto e dor ocorre ao longo da lateral da mão, onde se localiza o dedo mínimo. Essa dor é geralmente relacionada a uma inflamação que ocorre em um  complexo chamado de fibrocartilagem triangular. Este complexo cartilaginoso age de forma semelhante ao menisco no joelho, fazendo com que a articulação continue se movimentando de forma funcional e correta.

(Geralmente esta amplitude de 90º não é atingida naturalmente sem treinos específicos para isso)

Com esta análise percebe-se que precisamos que o punho seja flexível, móvel e forte, principalmente quando falamos de handstand. Entretanto, muitas pessoas acabam negligenciando em seus treinamentos o aquecimento e fortalecimento dessa articulação de forma adequada. Então, o primeiro passo é utilizarmos exercícios de mobilidade com a palma da mão apontada para o solo e os dedos posicionados em 3 diferentes posições. (fotos)

Quando mobilizamos uma articulação antes da parte principal do treino, utilizamos exercícios dinâmicos e, ao final do mesmo, alongamentos de forma estática.

(Exemplos de posições que mobilizarão o punho. Estes movimentos podem ser feitos com as palmas das mãos apoiadas no solo ou com os dorsos das mãos, o que torna o exercício mais exigente.)

Já sobre reforço de punho, o fato de iniciarmos o processo de mobilizar e aplicar exercícios com o peso corporal como push ups, dips e o próprio handstand já irá gerar um ganho de força. Porém, muitas vezes precisamos reforçá-lo de forma isolada, principalmente os extensores de punho que, como dito anteriormente, geralmente são mais fracos que os flexores. Para isso, podemos utilizar halteres, barras, anilhas e um balde de arroz para realizar os movimentos de flexão e extensão da articulação.

(Enrolar e desenrolar o peso até chegar o mais próximo do solo possível)

(Realizar movimentos de extensão, flexão, rotação e abrir e fechar a mão dentro do balde)

Mas lembre-se: quando falamos de iniciar um treinamento com peso corporal e você ou seu aluno ainda não possuem experiência prévia, comece com poucos exercícios que sobrecarregam o punho. Uma dica é usar suportes para permitir que seu punho fique na posição neutra para que você o fortaleça e o mobilize ao longo do ciclo de treinamento.

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